Corpo nú, Alma vestida
Royal Club for Literature and Peace
Corpo nú, Alma vestida
João Francisco da Cruz
Corpo nú, Alma vestida
Despir me das roupas velhas, do corpo sujo, do tolo solto, irei
Dos dogmas que tão me prendem, das teorias, cartilhas vãs
Dos quadros, velhos mosaicos, de homens tristes, acabrunhados
Dos santos aprisionados, da liberdade, tão saqueados
Das falas, dos gestos belos, das honrarias, dos falsos deuses
Lançarei fora, o pão pisado, resto da mesa, capim sobrado
Dos bancos, da ladainha, do mau comércio, casa de deus
Do culto de interesses, de meia dúzia de charlatões, dos falsos, de vida fácil, dos tais unguentos, dos cadafalsos
Retiro me, da tal presença,da tal ofensa, diante de Deus
Não como do pão sovado, tão amassado, acortinado
Despir me, do gesto louco, do mundo afoito, casa do cão, farei
Afasto me, dos cantos santos, teatro, antro, de fingimentos
Prefiro, andar tão nú, comer o pão, junto às migalhas, dormir ao céu aberto e ter por perto, meu nobre irmão
O céu, por meu abrigo, não ser vendido por um tostão
Despir me das roupas velhas...
João Francisco da Cruz
Poeta 23/06/2023
documentation: Waffaa Badarneh
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